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Mostrando postagens de maio, 2017

Poeta Vampiro

Meus versos, folhas secas ao vento Quando eu era um mero mortal Te jurava amor eterno Depois que fiz o juramento E abri o negro portal Vou e volto ao inferno Sou um poderoso ser da escuridão Um viril e compulsivo amante Quero sangue para a sede saciar Só uma estaca cravada no coração Para acabar comigo num instante Ou a luz do sol para me queimar Não vês a minha imagem no espelho Minh'alma e doutra dimensão É por isso que não podes ver O líquido precioso é vermelho Que me dá água na boca e a obsessão O teu pescoço gostoso vou morder

Eu vou chegar!

Miro a montanha E mal vislumbro o topo Mas eu quero chegar Eu preciso​ subir Eu preciso chegar Eu vou chegar! Ó Deus, ajude-me nesta missão! O caminho é íngreme O frio é intenso O cansaço é patente O risco iminente O medo é o inimigo a ser batido Medo do fracasso, medo de desistir Um dia participei de uma corrida Que valia a minha vida Consegui ser o primeiro Por isso estou aqui Já sou um vitorioso Mas preciso subir Eu vou subir Mas sem derrubar ninguém Sem pisar em ninguém Sem sabotagem, nem boicote Sem trapaças, sem manobras Sei que assim demora mais Pode demorar a vida toda Ou mais que uma vida Mas vou subir Eu mereço ter aquela vista Torça por mim, que eu vou Vou subir até lá Com esforço e fé Eu vou... Eu vou chegar!

Mais escolas, mais empregos

Mais escolas, mais sossego Mais empregos, menos esmolas Mais escolas, menos apegos Mais empregos, menos Marcolas Mais escolas, menos prisões Mais empregos, mais espectativas Mais escolas, menos grilhões Mais empregos, mais perspectivas Mais escolas, menos selvageria Mais empregos, mais dignidade Mais escolas, mais cidadania Mais empregos, mais felicidade Mais escolas, mais empregos Sem os quais, o país pede arrego A nação clama por oportunidades

Lava jato a jato

Lava a jato certos conceitos Lava a jato preconceitos Lava a jato e me acalma Lava a jato minh'alma Lava a jato o lodo e o engodo Lava a jato a politicagem Lava a jato a sacanagem Lava a jato a alienação Lava a jato a inflação Lava a jato a corrupção Lava a jato Lava jato Lava logo Lava jato Lava de fato Lava, leva e livra-nos do mal Amém!

Olha pra mim!

Há um ente por trás desta armadura Tira tua venda e examina Não sou apenas uma boca pra beijar Nem um corpo que cai A um simples estalar de dedos Olha pra mim! Tenho vontade própria e sonhos Sonhos que pretendo compartilhar Com quem acredite em mim Com quem aposte Com quem construa Me acrescente E me complete Olha pra mim! Mas antes, olha pra ti.

ABC do Amor

Acima de tudo sinceridade Amizade não pode faltar Aspirar e respirar felicidade Assiduamente reconquistar     Brindar os momentos felizes     Buscando viver o apogeu     Batalhar nas horas de crise     Bastando quem você escolheu Carinho, paz e compreensão Conversas são obras de arte Cumplicidade e dedicação Cada um cumprindo sua parte

Vida louca

    As meninas o adoravam     Escolhiam o celular     E ele ia buscar     Em troca de amor Ele desistiu cedo de estudar Garantir o futuro - Que futuro? Bora viver o já! - Já é! Ele foi um herói, um vilão Das minas o sultão Foi quem queria ser Bandido temido Na fita, na tela, na grife Entregue ao prazer Entre parceiros e desafetos Quis a vida sem conta gotas Escotilhas abertas a esmo     Foi em busca de adrenalina     Não bastava a da cocaína     Queria ver a cara da morte     Brincar com a sorte     Seus troféus, arsenal e garotas     Entrou na guerra para ter...     Mas tudo o que ele teve     Virou pó, evaporou     O vida louca deveu, perdeu     E a morte cedo o encontrou

Corrupção

Não crio leis que possam me ferrar Aqui o crime compensa O dinheiro que era teu... Agora é meu, tá Não é como tu pensas Da minha grana, cuido eu! Eu lavo, passo Só não cuzinho Sou o dono da verdade Tenho imunidade E prisão domiciliar Se um dia eu for acusado Há foro privilegiado E a máfia para soltar Ouça o que eu digo Sou seu amigo É só teclar e confirmar

Caso complicado

     Este caso não dará certo      Porque um é o dono da verdade      E o outro é escravo da mentira

Modernos ou Românticos

        Coração eloquente fala o que sente         Verdades relativas e intimistas         Sábios, tolos e loucos         Todos mentem         Na tez de mares revoltos, analistas         Modernos ou românticos, artistas.        

Silêncio

          Preciso de silêncio para pensar           Olhar para mim mesmo           E me entender           Talvez em algum tempo           Em algum espaço           Eu possa me encontrar           Ouvir um pouco a voz da razão           Que inda resta           Pois sempre que a festa acabar           Estarei só, eu e o meu eu           - Respeita, vai! É o que penso           Silêncio!

Viva a vida!

     Nasci livre, incólume      Mas implume e cego      Faminto, sedento de saber      Sem saber ao certo      Que o saber é o deserto      Infinito da busca por respostas      Nasci aberto e vazio      Mas cheio de felicidade      Contagiando o entorno      Ganhei sim, às vezes não      Apanhei, engoli o choro      Fui subornado, corrompido      Mergulhei em mim, não vi o fim      Não vi o fundo, morri para o mundo      Não para mim      Renasci e enxerguei      Um mundo qu'eu não via      Vim do fundo à superfície      Das águas turvas, imundície      Às águas plácidas, límpidas      Quis apenas o ar, respirei      Hoje vivo o prêmio que ganhei      Mais consciente de mim

Olhar Rasante

         Olhar que sobrevoa a calçada    E vê um corpo sobre o papelão    Garrafas pet com água    Olhos com água na escuridão    Faz frio demais de madrugada    Gente chega e briga por espaço    Querendo um canto, pão, abraço    Zumbis, mendigos, gatos e ratos    Desesperados revirando o lixo    Para matar ou amenizar a fome    Olhar rasante vê o triste fato    Mas já não sabe quem é o bicho    E nem sabe quem é o homem